terça-feira, 21 de outubro de 2008

Bonzinho demais... quase assustador

Mais uma do Bonzinho. Agora ele promete um governo sem conflito. Mas não será isso impossível numa democracia? Aliás, o único tipo de governo que assim age, sem conflito, é a tirania. Numa democracia, os conflitos aparecem, não são escondidos, os conflitos geram mudanças, novidades. O que se revela nesse discurso da ausência de conflitos no âmbito político é a incapacidade de pensar problemas e soluções no âmbito da diversidade, seja ela de interesses, de visões de mundo, de sujeitos, atores. No intuito de alcançar o posto mais importante do município, não vale mais tudo. E a publicidade se encarrega de aparar as arestas e criar uma imagem o mais clean possível. O que fica evidente é a tendência generalizada, nos discursos políticos, do politicamente correto.

Ao que tudo indica o Bonzinho, com o discurso politicamente correto da tranquilidade gerencial, promete, em meio à complexidade do mundo atual, sobretudo em meio à crise financeira mundial, solucionar os problemas da cidade. Como se isso fosse uma conquista possível, e ainda mais, tranquila. Atrelado a isso, o que ele promete é aquilo que se tornou tendência mundial, a massificação da sociedade (isso pode ser considerado uma redundância), a falta de participação política da população e a banalização daquilo que Hanah Arendt diz ser caractere mais importante da Condição Huamna: a ação e o dicurso políticos. Mas ação e discurso nao somente do governante, de todos os cidadãos.

Será possível? Não se todos formos bonzinhos.

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